Anabela conheceu seu príncipe, namorou, noivou, casou e jurou ao pé do altar que seria para sempre. Teve um filho e, como o para sempre não existe, não pôde cumprir a promessa e se separou.
A separação veio, mas o amor não se foi, assim acordaram que seguiriam juntos, no entanto morariam em casas diferentes, com guarda compartilhada do príncipe herdeiro, e levariam adiante a história de amor.
No final de 2018, Anabela decidiu ir à praia passar o Natal e esperar o ano novo com os familiares. Como o parceiro não podia, pegou o carro e rumou com o filho para o litoral.
Durante o dezembro, aproveitou o mar, os dias ensolarados, passeou com o filho, surpreendeu a família pelo sono e pelo apetite voraz que tinha, tendo inclusive recebido conselhos para perder alguns quilos, pois viram que no último ano tinha se descuidado da aparência.
No dia 29 de dezembro, sua grande amiga e comadre, residente em Porto Alegre, expressou o desejo de passar o réveillon com ela, mas como não tinha como ir, Anabela se prontificou a buscá-la na Capital.
Dito e feito. No dia 30, bem cedo, entrou na Freeway feliz da vida. Rodados alguns quilômetros, sentiu uma dor terrível, era nas costas, descia pelas pernas e lhe dava falta de ar. Avisou a família, dirigiu-se ao hospital de uma das cidades que margeavam a estrada, e ao ser examinada pelo médico ouviu a seguinte pergunta: "com quem a senhora está?" Ela disse: "com ninguém, por quê?" O médico respondeu: "porque seu nenê está nascendo". Anabela riu e fala: "impossível, porque não estou grávida e inclusive estou menstruada". Sem dar ao médico tempo para explicações, ela entrou em trabalho de parto, dando a luz a uma linda menina de 3,8 kg, rosada, com fartos cabelos castanhos.
Poucas horas depois, Anabela se desesperou, quis ir embora sem levar a criança, pois não sabia o que dizer para si, para o pai do bebê, muito menos para os familiares. Avisou que não levaria o nenê, pegou seu carro para retornar à praia, mas foi avisada que a manteriam só por 4 dias. Caso não voltasse, ela seria colocada em adoção.
Ao chegar na praia, deparou-se com o pai da criança, que tinha conseguido uma folga e viera passar o réveillon com eles. Ao ouvirem a história, todos ficaram contentes, animados com a chegada da princesinha e foram correndo ao hospital buscá-la, enquanto os amigos e familiares faziam um mutirão para comprar roupas, fraldas, carrinho, material de higiene e demais coisas necessárias para um recém-nascido.
Passadas as festas, Anabela, com seu príncipe e agora dois filhos, retornou ao interior para iniciar a escrever uma história nova no ano novo.
Caro leitor, consegues te imaginar envolvido nesta situação? Buscarias o bebê? Já pensou ter um novo membro em casa sem que a família tivesse a possibilidade de se preparar para acolhê-lo?